Abrir-se para o Bem-estar: Benefícios físicos das posturas de abertura (Parte 1)

Abrir-se para o Bem-Estar: os Benefícios Físicos e Emocionais das Posturas de Abertura no Yoga

Vivemos tempos de muita correria, excesso de informação e, muitas vezes, pouca escuta do corpo. Passamos horas sentados, curvados sobre telas, acumulando tensões físicas e emocionais. Aos poucos, vamos nos encolhendo, não só no corpo, mas também no coração.

O yoga nos oferece ferramentas simples e profundas para reabrir esses espaços internos. Neste artigo, vamos explorar as posturas de abertura de peito e quadril e como elas podem transformar não só seu corpo, mas também sua maneira de se relacionar com o mundo.

PARTE 1 - Benefícios Físicos das Posturas de Abertura

O que são posturas de abertura no yoga?

As chamadas “posturas de abertura” no yoga são aquelas que promovem a expansão do corpo, criando espaço nas articulações, liberando tensões musculares e alongando grupos musculares encurtados. Elas podem se concentrar em diferentes regiões, como o peito, os quadris ou os ombros, e ajudam a restaurar o equilíbrio postural e energético.

Vamos começar pelas posturas de abertura de peito.

Abertura de peito: corpo mais ereto, respiração mais livre

Com o uso constante de celulares, notebooks e horas a fio sentados, é comum desenvolvermos uma postura encurvada: ombros caídos para frente, pescoço projetado, costas arredondadas. Esse padrão, além de comprometer a saúde da coluna e da respiração, cria um ciclo de tensão e fadiga.

Posturas como:

• Ustrasana (Postura do Camelo)
• Setu Bandhasana (Postura da Ponte)
• Matsyasana (Postura do Peixe)

… atuam diretamente na abertura do peito e alongamento da musculatura anterior do tronco. Elas fortalecem a coluna, melhoram a mobilidade torácica e aumentam a capacidade respiratória, o que impacta diretamente nossa vitalidade.

Além disso, abrir o peito estimula o sistema nervoso parassimpático, promovendo relaxamento e sensação de bem-estar.

Abertura de quadris: equilíbrio, mobilidade e liberdade de expressão

Os quadris são uma das regiões mais complexas do corpo humano, tanto em termos anatômicos quanto simbólicos. Eles atuam como uma verdadeira ponte entre o tronco e os membros inferiores, sendo fundamentais para movimentos básicos como caminhar, sentar, subir escadas e se equilibrar.

Porém, com o sedentarismo, longos períodos sentados, treinos repetitivos sem compensação e até fatores estruturais, essa região pode acumular muita rigidez e tensão.

Quando falamos em “abrir os quadris” no yoga, estamos trabalhando com diferentes grupos musculares:

·         Psoas e Ilíaco (iliopsoas): fundamentais na flexão do quadril e na estabilização da coluna lombar. Um psoas encurtado contribui para dores na lombar e limitações de movimento.

·         Glúteos (máximo, médio e mínimo): responsáveis pela extensão e abdução do quadril. Muitas vezes, estão enfraquecidos ou hiperativos, contribuindo para desequilíbrios posturais.

·         Isquiotibiais: localizados na parte posterior da coxa, influenciam diretamente na mobilidade da pelve e na inclinação pélvica.

·         Adutores: músculos internos da coxa que facilitam o movimento de trazer as pernas para o centro. Frequentemente encurtados, limitam a amplitude das aberturas laterais.

·         Rotadores laterais profundos (como o piriforme): estabilizam o quadril e são muito ativados em posturas como a da Pomba e Gomukhasana.

·         Tensor da fáscia lata e banda iliotibial: estruturas que contribuem para a estabilidade da pelve e joelhos, muitas vezes tensionadas por hábitos posturais ou corridas frequentes.

As posturas como:

·         Gomukhasana (Postura da Face de Vaca)

·         Eka Pada Rajakapotasana (Postura da Pomba)

·         Baddha Konasana (Borboleta)

·         Prasarita Padottanasana (Flexão com pernas afastadas)

... trabalham esses músculos em diferentes vetores de movimento: flexão, extensão, rotação interna e externa, abdução e adução. Isso cria mais mobilidade articular, melhora o alinhamento postural e ajuda a liberar padrões de tensão acumulados.

Quando esses músculos estão mais livres, a pélvis se move com mais fluidez, o corpo economiza energia em ações simples do dia a dia e diminuem os riscos de sobrecarga em regiões como lombar e joelhos.

Na continuação desse artigo, falaremos sobre os benefícios emocionais das posturas de abertura. Continue nos acompanhando por aqui!

Namastê!