Yoga e nossos Pés - Parte II
Parte 2 – Cuidar dos Pés é Cuidar do Corpo Inteiro
Muitas
vezes, passamos o dia com os pés apertados dentro dos sapatos, sem mobilidade
ou contato com o solo. Eles perdem força, sensibilidade e flexibilidade, características
essenciais para manter uma pisada saudável.
Pequenos
gestos podem trazer grandes benefícios: andar descalço sempre que possível,
massagear os pés ao final do dia, observar a forma como nos posicionamos em pé.
E é aqui que o yoga se torna um grande aliado.
Yoga: consciência que começa pelos pés
Na
prática de yoga, os pés são presença viva e ativa. As diferentes posturas
trabalham o fortalecimento dos arcos plantares, o alongamento dos dedos e
tornozelos, e a reativação da musculatura esquecida. Esse trabalho biomecânico
ajuda a prevenir lesões e nos ensina a sustentar o corpo com leveza e firmeza.
Algumas
posturas praticadas no yoga exploram, ainda, eventuais perdas de equilíbrio.
Experimentar o desequilíbrio devido às mudanças de paradigmas posturais aprimora
nossa propriocepção, melhorando o jeito com que pisamos no chão e,
consequentemente, trazendo maior estabilidade para o corpo.
Mas há
algo mais profundo acontecendo. Ao trazer atenção aos pés e alinhar o corpo
sobre eles, a respiração começa a fluir com mais liberdade. Essa respiração
mais ampla não apenas oxigena melhor o corpo, como regula o sistema nervoso,
reduzindo estados de alerta excessivo. Nos sentimos mais energizados, porém
mais tranquilos. O corpo desperta e, ao mesmo tempo, relaxa. A clareza mental
aumenta.
A estabilidade começa no corpo, mas transforma
também o coração
Existe
algo muito poderoso em sentir os pés firmes no chão. A estabilidade física que
construímos no yoga se traduz em estabilidade emocional. Quando o corpo está
bem sustentado, o coração sente segurança. A ansiedade diminui, o pensamento se
organiza, a sensação de presença se intensifica.
Essa
estabilidade não é rigidez, mas uma base que acolhe o movimento da vida. Nos
sentimos menos vulneráveis às turbulências externas porque estamos mais
enraizados internamente. O corpo nos dá a sensação de “eu posso me apoiar em
mim”. E tudo isso começa lá embaixo, nos pés — essa parte tantas vezes
esquecida, mas que sustenta não apenas nossa estrutura física, como também a
nossa capacidade de estar bem, aqui e agora.